terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Exercícios podem melhorar humor de pacientes com doenças crônicas

Em média, de cada seis pessoas que praticam atividade física, uma sente melhoras.
 
Estadão
 
Fazer exercícios regularmente pode melhorar o humor de pessoas com doenças crônicas como câncer, problemas do coração e dor nas costas. Mas eles não fazem milagres: em média, de cada seis pessoas que praticam atividade física, uma sente melhoras.

"Há evidências de que o exercício pode prevenir a depressão, e agora há também evidência de que ele pode funcionar como um tratamento", diz Alan Gelenberg, do departamento de psiquiatria da Penn State University.

No estudo, publicado no Archives of Internal Medicine, os autores quiseram avaliar a evidência de que o treinamento pode também ajudar pessoas cronicamente doentes que não receberam o diagnóstico de depressão, mas que se sentem desanimadas.

Isso é importante porque sintomas depressivos podem fazer com que as pessoas deixem de tomar remédios, pode aumentar o uso dos serviços de saúde e reduzir a qualidade de vida, diz Matthew Herring, da Universidade do Alabama, em Birmingham.

Ele e seus colegas avaliaram 90 estudos que incluíram mais de 10 mil pessoas com problemas de saúde como câncer, doenças cardiovasculares, doença pulmonar obstrutiva crônica, fibromialgia, dor crônica e obesidade.

Em cada estudo, as pessoas foram divididas em grupos em que algumas praticavam exercícios, em média, três vezes por semana, e outras não praticavam nada.

De acordo com os autores, sintomas depressivos diminuíram 22% com a atividade física. Isso é similar ao efeito sobre fadiga, ansiedade, dor, entre outros.

"A magnitude do efeito do treinamento nos sintomas depressivos entre pacientes foi pequena, mas significativa", dizem os autores.

Eles dizem que a prática moderada - pelo menos 150 minutos de intensidade moderada por semana - a vigorosa - pelo menos 75 minutos de intensidade vigorosa por semana - parecem ajudar mais.

No entanto, a pesquisa tem algumas lacunas. Ainda não está claro, por exemplo, como algumas pessoas com doenças crônicas conseguiriam se exercitar na intensidade suficiente, e muitos participantes realmente desistiram dos estudos.

Também não está claro por quanto tempo os efeitos duram, quanto exercício e qual o tipo funciona melhor - treinamento aeróbico como corrida ou caminhada ou exercícios de força.

"O que não sabemos é mais do que o que sabemos", diz Gelenberg. Mas ele deve ser feito de maneira correta e cuidadosa.

Ele diz que essas pessoas que se sentem deprimidas deveriam se exercitar de acordo com as diretrizes médicas e consumir uma dieta saudável.

"Eu gostaria de sugerir que esses pacientes cedam a alguns prazeres saudáveis: pessoas, livros, caminhadas, sentar em um lugar bonito. Se eles ainda se sentem deprimidos, sugiro atenção profissional para considerar psicoterapia ou medicamentos. 

Fonte: http://www.educacaofisica.com.br/noticias/exercicios-podem-melhorar-humor-de-pacientes-com-doencas-cronicas

Quando o estresse pode ser bom para a saúde

O estresse pode ser moderado pensando positivamente sobre fatores estressantes, com respiração abdominal profunda e meditação
 
 
The Wall Street Journal
O estresse, por incrível que pareça, pode ser algo positivo, que estimula o desempenho máximo e o bem-estar de uma pessoa. Mas uma dose excessiva de estresse força o coração, prejudica a memória e a clareza mental e aumenta o risco de doenças crônicas.

Mas como receber os benefícios — e evitar os efeitos nocivos?

Ao aprender a identificar e administrar as reações individuais ao estresse, a pessoa pode desenvolver perspectivas mais saudáveis e melhorar o desempenho em testes cognitivos, no trabalho e na atividade física, segundo pesquisadores e psicólogos.

O corpo tem uma reação padronizada ao enfrentar uma tarefa em que o desempenho é realmente importante para algum objetivo ou para o bem-estar: o sistema nervoso simpático, o hipotálamo, a pituitária e as glândulas suprarrenais injetam na circulação sanguínea os hormônios do estresse — adrenalina e cortisol. Os batimentos cardíacos e a respiração se aceleram e os músculos se contraem.

O que acontece a seguir é o que diferencia o estresse saudável de estresse prejudicial. Quem passa por um estresse benéfico, ou "adaptativo", sente-se energizado. Os vasos sanguíneos se dilatam, aumentando o fluxo aumentando o fluxo de sangue, para ajudar o cérebro, os músculos e os membros a enfrentar um desafio — algo semelhante aos efeitos de um exercício aeróbico, segundo pesquisas de Wendy Mendes, professora associada do departamento de psiquiatria da Universidade da Califórnia, campus de San Francisco, e de outros pesquisadores.

O organismo tende a responder de forma diferente ao suportar o estresse nocivo, ou ameaçador. Os vasos sanguíneos se contraem, e "você pode se sentir um pouco tonto, à medida que a pressão arterial sobe", diz Christopher Edwards, diretor do programa de gerenciamento comportamental de dor crônica no Centro Médico da Universidade Duke. Os sintomas podem ser como os de um ataque de raiva.Você pode falar mais alto, ou sentir lapsos no raciocínio ou na lógica, diz ele. As mãos e os pés podem ficar frios, à medida que o sangue flui para o centro do corpo. As pesquisas mostram que o coração bate de forma irregular, com uma série de picos, como um sismógrafo durante um terremoto.

Outro fator que diferencia o estresse: "Você consegue desligá-lo? Ou você é prisioneiro da sua mente?", pergunta Martin Rossman, que escreve sobre cura e estresse e é instrutor clínico da Faculdade de Medicina da Universidade da Califórnia em San Francisco. Os que sofrem de estresse prejudicial perdem a capacidade de reativar o sistema nervoso parassimpático, que dirige as funções naturais do corpo no dia-a-dia, como a digestão e o sono. Embora haja variações individuais quanto ao tempo em que a pessoa consegue tolerar o estresse crônico, as pesquisas mostram que este aumenta drasticamente o risco de insônia, doenças crônicas e morte precoce.

O mestre de obras Carl Weissensee costumava ser "viciado em estresse", diz ele. Para administrar milhares de detalhes e os diversos riscos em cada uma das casas de milhões de dólares que ele constrói, passou anos "na corrida 20 horas por dia, enxergando mentalmente as mesmas situações várias vezes, sem conseguir deixar aquilo de lado", diz Weissensee, de 58 anos, de Mill Valley, na Califórnia.

Uma importante crise mostrou como estava alto seu nível de estresse prejudicial: sua agitação permanente atrapalhava sua vida. "Eu dormia de 4 a 6 horas por noite, e mesmo assim não era um sono profundo". Sua esposa reclamava, e sua filha pintou uma pedrinha para ele com as palavras: "Você trabalha demais".

Um ataque cardíaco, seguido por problemas com arritmia cardíaca, o obrigaram a diferenciar entre o estresse bom e o mau. "Creio que não é possível fazer um bom trabalho sem uma certa dose de estresse. É preciso entender as coisas", diz ele.

Ele reduziu o estresse para um nível saudável utilizando técnicas de relaxamento, incluindo respiração profunda e imagens guiadas — deitado, de olhos fechados, ele imagina a realização de tarefas consideradas estressantes de maneira bem-sucedida. Depois de se consultar com Rossman, ler seu livro e fazer os exercícios de relaxamento de seus CDs diariamente, Weissensee aprendeu a reconhecer suas preocupações, em vez de reciclá-las em sua cabeça, e logo impondo a prática de "superá-las", dizendo a si mesmo que "no final, tudo se resolve", diz ele. Ele conseguiu estabilizar sua condição cardíaca, sem grandes doses de medicação.

"Ao praticar o tempo todo, parece que estou mudando a rota dos meus pensamentos, de 'estou arruinado,' para 'vai dar tudo certo'", diz ele. "Meu objetivo é preocupar-me apenas o suficiente para fazer meu trabalho bem."

Esse tipo de atitude positiva tende a produzir o estresse bom, baseado na pesquisa da doutora Mendes e outros.

A psicóloga de Toronto Kate Hays diz que orienta seus pacientes a imaginar uma escala de estresse "que varia de um, onde você está praticamente dormindo, a dez, onde você está subindo pelas paredes." Então, ela pede que eles recordem um momento de bom desempenho passado para descobrir em que nível o estresse naquela situação se classificaria. Muitas pessoas dizem 4-6, mas as respostas variam de 2 a 8, diz Hays, que se especializa em psicologia do desempenho e esportes. Esse passa a ser o alvo de gerenciamento de estresse pessoal.

Para a maioria das pessoas, atingir essa meta exige novas habilidades. Com a prática, no entanto, elas podem aprender a relaxar completamente em poucos segundos, diz Kenneth Pelletier, professor de medicina clínica tanto da Faculdade de Medicina da Universidade do Arizona quanto da Faculdade de Medicina da Universidade da Califórnia em San Francisco.

Além de pensar positivamente sobre fatores estressantes, outras formas de moderar o estresse são fazer respiração abdominal profunda e fazer meditação e conscientização plena, ou controlar o próprio estado mental e físico.

Todos esses métodos são indicados por pesquisadores para ajudar a curar problemas crônicos como as doenças cardíacas, de acordo com uma revisão de pesquisas de 2010 feita por Bonnie Horrigan, diretora de educação pública da Collaborative Bravewell, uma organização sem fins lucrativos americana. Quando a Ford Motor Co. testou várias maneiras de ajudar os funcionários com dores crônicas nas costas há vários anos, o diretor médico corporativo Walter Talamonti diz que exercícios para diminuir o estresse prejudicial, levando-o para níveis saudáveis, foi associado a reduções na dor e no uso de medicamentos por funcionários. 
 
Fonte: http://www.educacaofisica.com.br/noticias/quando-o-estresse-pode-ser-bom-para-a-saude